sábado, 18 de dezembro de 2010

Entrevista: John Thomas Grant


E aqui está uma entrevista que fiz com o Brasileiríssimo John Grant, professor no Tchádeggada! vamos conferir!


John Grant ensinando na Madison Scouts Drum and Bugle Corps















Boa noite, John! pra começar, como você veio parar aqui no Brasil?

Em 2001, junto com o meu grupo de Capoeira, minha irmã e o meu primo (e vários amigos). Viemos para conhecer a capoeira daqui e conhecer a cultura Brasileira....


...E quando chegou aqui, o que mais te despertou curiosidade, musicalmente falando?

Eu sempre soube que o Brasil era muito rico em ritmos, sempre quis entender e aprender a tocar os ritmos Brasileiros.


À quanto tempo você está no Brasil? Quando veio ao país pela primeira vez, você já planejava ficar aqui?

Quando eu cheguei, era pra ficar 4 meses, fiquei 5 anos e 6 meses! hahahaha, voltei para EUA só para ver o meu pai casar! enquanto eu estava la nos EUA eu dei aula nos Madison Scouts Drum and Bugle Corps e nos Freelancers WGI winter drumline!


Como você define percussão rudimentar?

'Rudimentar' quer dizer os fundamentos de qualquer coisa, então percussão rudimentar seria a base, o fundamento de todo estilo de percussão.


Você foi campeão mundial em 1996 com a The Concord Blue Devils na DCI... mas você não começou aí, começou? como foi sua trajetória na DCI até chegar na Melhor linha de bateria do mundo em 96?




Bom, essa historia é longa..... vou fazer um resumo. Meu irmão mais velho toca bateria e me ensinou muita coisa! Eu fiz aula com muita gente e toquei na linha do meu colégio para chegar até o meu primeiro ano de Drum Corps nos Marauders Drum and Bugle Corps em 1993 e 1994. Depois do torneio de 1994 eu fui direto à Universidade de North Texas (UNT) para aprender mais, me preparando para as audições dos Blue Devils!



Como eram os ensaios na Blue Devils? você achou moleza tocar lá ou o negócio foi hardcore mesmo?

Todo mundo chegava aos ensaios preparado. Tudo mundo sabia a nossa responsabilidade de representar a melhor drum corps do mundo. E sim, "hard corps"!


Você voltou aos EUA à alguns anos atrás, não foi? quando? você voltou a trabalhar com a DCI lá?

Voltei em 2007, dei aula nos Madison Scouts 2007 e 2008 e nos Freelancers Winter Drumline (WGI) 2008


O que é a WGI? é a mesma coisa que a DCI?

Não, WGI tem competições da 'linha de frente' (color guard) e grupos de percussão, a DCI é a 'Corps' inteira,
ou seja sopro, percussão e color guard.


Bem... voltando aqui ao Brasil... de onde veio a idéia de formar o tchadeggada?

A minha irmã Michelle e eu estávamos dando aula em muitas bandas, fazendo workshops e ajudando muitas pessoas. Em cada lugar onde nos fomos sempre tinha uma ou duas pessoas que realmente estudavam e que realmente queriam saber mais! Nós tivemos a idéia de juntar essas pessoas 'mais avançadas' para dar uma oportunidade parecida com o que tem la nos EUA com DCI e WGI e ai nasceu 'Tcha Degga Da'!


E como foi no começo? (o tchadeggada)


No inicio, era só de domingo na parte da Tarde, só que tivemos alunos q vaijava muito longe para chegar ate onde nos tocavamos e ia ser melhor e mais aproveitável se fosse mais tempo junto. Aumentamos os ensaios para fins de semana mensais.


E como está a situação do tchadeggada hoje? digo, em questão de apoio, patrocínios, estrutura, instrumentos...


Nos estamos correndo atrás de patrocínio ainda! Tcha Degga Da só existe por que os alunos mesmo dividem os custos de cada camp e eles mesmo que arrumam instrumental emprestado para usar nos camps!


você acha que o Brasil tem potencial para outros grupos como o tchadeggada?

Sim, com certeza!


você já estudou outras escolas de percussão, fora a rudimentar? (erudita, popular, etc.)


Sim! erudita, percussão africana, cubana, indonesa, trindade/tobago, marimba, xilofone, vibrafone, bateria....


O que você acha que falta para o Brasil crescer musicalmente?

apoio financeiro... precisamos de instrumentos de qualidade, precisamos de oportunidades de trabalhar com a musica! já algumas coisas estão mudando e já está começando a ter aula nas escolas!!!



O que é um "camp" do tchadeggada? como funciona isso?


Onde nós reunimos as pessoas que realmente querem saber das técnicas de percussão rudimentar. simplesmente precisam ir no camp! independente do seu nível, nós fazemos os camps para ensinar!



Por que o nome 'Tcha Degga Da'?


O rudimento que eu me acostumei a ensinar na primeira aula com qualquer pessoa é chamado de 'flam drag'. "Tcha Degga Da" é o solfejo de 'flam drag' e nós colocamos a partitura do flam drag em esperança que os alunos já chegariam no seu primeiro camp sabendo já a 'primeira aula'!



legal, John, muito obrigado, e continue fazendo esse trabalho incrível!! let's rock!!!


Obrigado Renato!mais informação no nosso site! www.drumline.com.br











segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Resumão WGI 2010!

WGI 2010: o que rolou de bom

então vamos aos meus comentários sobre o que rolou na wgi, pq ninguém por aqui faz isso mesmo... vamo lá.
falarei um pouco dos 4 primeiros colocados, começando com...


  • Riverside Community College

Ohhhh, tenors!!! tenors, tenors, tenors!!!!!

Sou suspeito para falar da RCC, porque sou muito fã dos caras. Mas uma coisa que ninguém pode negar é que a linha de tenors estava Diabolicamente azul... se é que me entendem, hehe... putz, que lick lindo no começo do show!!! pra mim, foi uma das duas melhores linhas de tenor do ano, só perdendo para a tenor line da Blue Devils, que, hahn... é quase a mesma, né? hahaha!!
Vamos combinar que a troca para a Pearl deu um Up! no som da linha... mas em compensação, ela perdeu em qualidade do ano passado... muitos licks sujosda linha de caixa, e, na minha opinião, uma linha de bumbos meio apagada... os solos de bumbo sempre juntos de algum lick do Pit, me pareceu até que estavam querendo esconder alguma coisa...

falando em pit, ele estava mais ou menos no mesmo nível do pit do ano passado, o que não é necessariamente ótimo. Mas manteram uma caratecrística muito especial deles, que é um quê contemporâneo nacomposição... em nenhum outro show você vai ouvir tantas segundas dissonando dos teclados, o que eu acho particularmente legal.



  • RHYTHM X

Bom... existe aquela tênue linha entre o equilíbrio... uma balança que, em um lado guarda a simplicidade/limpeza e de outro a performance/sujeira... e cabe ao arranjador, aos professores e ao diretor da linha de bateria equilibrar os dois lados, usando a Criatividade como peso... e a Rhythm x não soube fazer isso esse ano, infelizmente.

Com um show ambicioso, com um drill bem, ahn... inovador, a Rhythm x desequilibrou-se... e se estatelou no chão. Linha de tenors apagadíssima, bumbos nem de longe como a linha de 2009, além de uma linh de caixas que simplesmente queria tocar coisas que não dava conta. Mas fora isso, achei o show muito bom... só não me agradou mais porque pessoalmente não gosto muito de shows feitos em cima de músicas já existentes =|

volta, rhythm x, volta ):

  • Music City Mystique
De longe, pra mim, foi o show mais criativo. exploraram muito bem a temática que propuseram para o show, além de terem tocado limpo, mesmo se mexendo tanto!


interpretação fodástica, criatividade a mil, segundo lugar. mas só porque o primeiro foi...

  • Pulse Percussion
...perfeito. é tudo que eu tenho para dizer sobre esse show! totalmente equilibrado, bonito de se ver, limpo, limpo, absurdamente limpo!!! bah... nem tenho nada pra falar, assistam.

pelo que pude notar nas caras dos shows dos últimos anos da Pulse, essa turma tá tocando junta a muito tempo... e isso pode explicar esse nível de entrosamento. espero que eles não estejam muito velhos!! ainda quero ver um show dessa galera sem alterações ano que vem.


...é isso aí. veremos o que a wgi tem pra nós ano que vem... ele que nos aguarde. inté!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Percussão rudimentar?


Tá, hoje eu vou falar um pouco sobre o tchadeggada e companhia.

O tchadeggada é a seleção brasileira de percussão rudimentar.
Pára de fazer essa cara de quem não entendeu nada!! eu já vou explicar o que é percussão rudimentar, relaxa... ao menos vou tentar...
Quando se estuda um instrumento como um trompete ou piano, você estuda pra caramba... mas você estuda só trompete ou piano, só aquele instrumento ali. Agora, quando você vai estudar percussão... o bicho pega um pouco mais, porque são um zilhão de instrumentos diferentes que você tem que estudar!
Só já vou deixar bem claro logo antes que alguém venha falar merda que não estou desmerecendo o trabalho dos outros instrumentistas... vocês também têm que estudar pra caralho, mas, bem... ele sempre vai ser o mesmo, e sempre vai estar ali na sua frente, prontinho pra você estudar... enquanto o percussionista (principalmente o pobre) tem que correr atrás de um monte de instrumentos diferentes pra estudar... pq só um mané estudaria um instrumento só. (eu conheço manés! hihihuhohohahahahihihuhoha)
Então... como são muitos instrumentos de percussão, eles são separados em famílias. mas isso não vem ao caso agora, o que vem ao caso é que, não bastando serem separados por famílias, eles também são separados por estilos, culturais e históricos... como a percussão erudita e popular. (vou falar mais desses estilos um dia que tiver afim)
Poisé, percussão rudimentar não é nenhum animal feroz ou um alienígena, é apenas um estilo musical pouco difundido aqui no país. Quer ver como você conhece alguma coisa parecida? as Bandas marciais de colégio e talz são bem parecidas com o trabalho dos grupos de percussão rudimentar, pelo menos na estrutura e instrumentação do grupo.

rythym x

Tá, mas então, qual a diferença entre as bandas marciais e fanfarras brasileiras para os grupos de percussão rudimentar estrangeiros e o tchadeggada?
Para mim, a única diferença é que: as drumlines, ou seja, os grupos de percussão rudimentar, levam esse estilo tão a sério quanto qualquer outro (erudita, popular, etc.).
Então, é isso? é. não que não exista percussão rudimentar aqui no país, mas o negócio é que nós ainda simplesmente estamos "brincando" com o negócio. Aliás, não só com a rudimentar, com a erudita e popular também... pois 99% das bandas marciais do brasil são bandas colegiais... você já viu quantas bandas profissionais na sua vida? 2? 3? nenhuma?
E quais são as características desse estilo de percussão?

  • Rudimentos! : ééé, de onde você acha que veio o nome "rudimentar"? a percussão rudimentar é todas baseada em rudimentos, que compõem a estrutura das músicas... não vou perder tempo explicando e falando sobre rudimentos, farei uma matéria exclusivamente para isso =]
  • Marcha; eu não gosto de chamar de marcha porque marcha me lembra militarismo, exército e essas coisas não tem nada a ver com percussão ¬¬, mas todo mundo se refere como marcha então deixa queto... é uma marcha extremamente furtiva, meio que apenas para locomoção, sincronização, e performance do drill(explico mais tarde)
  • Limpeza; a maior característica de uma linha de bateria rudimentar é a limpeza sonora, ou seja, o que exige um alto nível de sincronização dos músicos. Para nós brasileiros, isso pode parecer um conceito meio estranho de se assimilar, pois não estamos muito acostumados a ouvir grupos deste tipo. (também falarei mais sobre limpeza um outro dia)
Bom, esse é um resumo (que creio eu que passou um pouco da conta) do que eu entendo por percussão rudimentar. E o tchadeggada? o tchadeggada é a seleção brasileira de percussão rudimentar, criada por John Thomas Grant, campeão mundial com a Blue Devils na DCI (Drum Corps International) em 1996. Mas... eu não vou falar sobre o tchadeggada agora. Deixarei para que o próprio fundador nos fale um pouco sobre o grupo, enchi tanto o saco dele que ele concedeu uma entrevista via Email para o Rudimentando. Aguardem!


Renato Marciano.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Quem és tu, Marciano?

eu sou eu, porra. e fim de papo. iuHAEiuEhieUhe
Mentira. Eu sou o cara que criou esse blog pra falar um pouco de percussão rudimentar e rock! sobre a percussão rudimentar eu tenho que pensar um pouquinho pra escrever, então eu faço isso amanhã... mas vou deixar um som que descobri recentemente aqui pra vocês escutarem, ... The Sword.


Bom, eis o que a wikipedia me diz sobre a banda:

O The Sword é uma banda de stoner metal de Austin, Texas.

Eu nem sabia (e acho que não sei até agora) o que diabos era stoner metal, nem que esse estilo existia... mas se as outras bandas forem iguais a essa aí, eu quero mais, muahaha!

J.D. Cronise... Kyle Shut... Bryan Richie... Trivett Wingo. Cara, esses aí fazem um som pra cabra homi, viu? descobri eles por acaso, quando tava procurando uns vídeos do sabbath pra assistir. E The Sword é aquele tipo de banda que é tão sabbath, mas tão sabbath... que, sabe, é mais sabbath que o próprio Sabbath, hehehe... Confiram o som!

na próxima postagem eu prometo falar um pouco de percussão rudimentar, o que é e o que essa p#$%@ tem a ver comigo - e com você. agora escuta aquela porra ali em cima! ò.ó

fui.

Bom... lá vou eu!

Me falaram que fazendo um blog, eu chegaria ao cúmulo da essência nerd... acho que estou cada vez mais atolado na internet, mas dessa vez eu juro que é por uma boa causa =]

Então, let's go... sobre o que eu vou falar aqui? sobre tudo que vier à minha cabeça, shit! mas, principalmente... sobre música. E mais principalmente ainda, sobre percussão. E muito mais principalmente, sobre o bom e bruto rock'n roll, sem pulseirinhas coloridas e calças tiririca style, sobre meu amigos idiotas, sobre mim, mais idiota ainda, sobre percussão rudimentar, que todo mundo me pergunta o que é, enfim... sobre mim, mas achei que se eu falasse "ain, genti, esse bloguxo vai ser sobre mimmmxxx!!" ia soar totalmente emo, e ISSO AQUI É BLOG DE MACHO, PORRA!!



Bem vindos à bordo, e let's rock.


Renato Marciano.